5/21/2007

um bom lugar para acordar.


Ontem, postei minhas reclamações devidamente autenticadas. Hoje, começo a escrever pela manhã durante a minha lendária aula de teoria. É, estou a cada dia melhor. Alguma coisa tem que ser melhor, não é? Afinal, são 7 horas da manhã, eu estou aqui sozinha, na frente do lerdo computador, com uma música que mais me lembra um tango argentino. Relendo percebi que seria um momento muito propício para atos falhos como o suicídio. Mas não gosto da palavra suicídio. Talvez, se o nome de "se matar" fosse dormir e vice-versa, eu tentaria o tal ato. Porque dormir me prende, me faz até sorrir. Ai, quanta loucura. Peste braba de horas que passam rápido e só me fazem lembrar da minha aula perdida. Agora veio uma música que parece aquelas de violão, num lual. Que saco! Podia ser noite, ter praia e vinho. Podia... Na minha frente há dois textos que preciso ler para breve e minha mochila já está na sala, pronta para irmos. Vamos? Mas eu nem queria ter levantado, meus olhos se queixaram por abrir. Até em mim eu causo inimigos. Já tomei café da manhã, já estou pronta. Mas meus pés não desejam ir. Talvez só para a segunda aula, ou só para o francês. Talvez, eu disse. Posso pular a segunda e ir direto para terça? Depois pulo a quarta e vou para quinta... Sexta. Acordei injuriada hoje. Acordei? Tenho minhas dúvidas. Eu posso ficar aqui para sempre? Não me mexo, juro. Só para escrever. Prefiro. Volta a tocar algo-parecido-com-um-tango-argentino aqui. Terrível, tudo remete à morte. Eu não quero, não se preocupe, meu bem. E também não quero ir. Estou de roxo porque, segundo meu horóscopo, é a minha cor da semana. Que tolice. Mas ainda prefiro acreditar, só para não enlouquecer (mais). Nem chorar eu quero, quem acredita? Nem eu, mas é. Estou neutra hoje, e afim de sair do sério, muito. A música que está acabando agora é mais animadinha, e a próxima também. Até meu computador quer meu ânimo, quer que eu vá. Nem ele me agüenta mais, na verdade. Estranho: eu vou acabar indo, indo, indo. É engraçado, me dá vontade de gargalhar. Gargalharei e irei, agora. Dá tempo ainda da segunda aula e de tudo mais à tarde que tenho para fazer. Mas que é louco escrever às 7 da manhã, isso é... Ainda mais com peso na consciência por estar atrasada. Ah, por curiosidade: estou ouvindo (só) Los. Só.
"E desse engodo eu vi luzir
de longe o teu farol,
minha ilha perdida é ai,
o meu pôr-do-sol."
(Los, Paquetá)

4 comentários:

Raphael disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Podia mesmo ter uma praia e vinhos...Podia ser noite...mas noite daquelas em que se vive pra sempre. Podia tudo assim...não sei...podia tudo ser o tudo que se quer. Mas como não é...o jeito mesmo é planejar ir com violão pra praia...E cantar e dançar e beber! Mas pode vir bandidos...Mas foda-se os bandidos. Que nos roubem tudo, menos a noite. Que nos roubem tudo, menos o castelo que contruímos de areia dentro da gente. Os meus, pelo menos, ganham das ondas más e não se desmancham. Beijão, Carol! Adorei todos os novos textos.

Raphael disse...

Mas que prosa mais poética!
Inovadora, eu diria...

Adorei. Juro. (E desculpa pela arrogância gramatical. É uma imbecilidade mesmo essa tal linguagem culta...)

Thalita Covre disse...

então...
eu gostei.
a prosa com muitos pontos realmente faz com que fique poético. Muitos pontos o que significa frases curtas.
É bem pessoal.
bjinhos.