9/25/2007

- Definitivamente, eu lhe sinto pena. Olhe para você: bela, inteligente... E mais o que? Um vazio, é isso que você sente, e não é só agora. Mas também não lhe culpo, as coisas são assim. Assim: como as pessoas, os lugares, os desejos... As pessoas. Acalme-se, não peço para que concorde comigo. Não quero isso, senão você ficaria morta, e permaneceria assim intensamente, sem voltar. Perceba que lhe amo com imensa profundeza. E por isso lhe digo isso tudo, justamente agora. Eu lhe quero o bom, meu bem. Eu lhe quero mais do que ninguém, mais do que a mim. Mas e você, o que me diz? Não pense em felicidade, sempre foi algo infinitamente abstrato pra mim, nunca esteve por perto. Se você me faz feliz? Pode ser, mas como saber se não sei da felicidade? Então, posso lhe dizer que traz o bom que lhe desejo, essas coisas de reciprocidade, entende? Sabia que daria nisso tudo, desde o primeiro toque nas pontas dos dedos, lembra? A mesa, leveza, e o toque, enfim. Parecia inesperado, mas era muito mais do que esperado, desde antes. Que intensidade em um simples semi-toque, só as pontas dos dedos e parecia um mundo inteiro se abraçando. Mas eu lhe dizia de pena, não venha me destoar. A pena que vem de mim e lhe transpassa não é simples, complexidade aflorada sugere aqui dentro. Um antagonismo, conclui há dois dias. Amo e me penalizo por isso. Sei o que é mas não quero que seja, por causa dessa pena estranha que sinto. Não deveria, mas também não consigo conter. Nem parar de lhe repetir sobre ela, sei que lhe torturo. Mas é forte, sabia? Talvez porque você também consiga sentir isso, já que me toma uma grande parte aqui dentro. Pegue-me um copo d'agua, por favor. Não sei se consigo concluir...

9/19/2007

mal insoluto.




"O jeito que vocÊ arruma seu cabelo procurando aquele efeito, que o mundo não quer reparar, revela tanto. E o tempo que demora para decidir se aquilo que está ouvindo é convincente para poder concordar e me deixa esperando..."



Um tédio imenso, umas aulas canceladas. Tudo acontece quando menos se espera. Logo eu que sempre espero tanto. Eu esperava que você me ligasse quando eu desse as costas, que você me desse um beijo de despedida, que você risse das minhas palhaçadas, que você quisesse que eu ficasse. Ao invés disso tudo, me deixa a incerteza. Na verdade, me deixa sempre uma certeza: de que nunca dará certo, de que tudo que penso é bobeira, de que todos os meus esforços são em vão, de que eu não aparento muito pra você. Que pena, ou sorte. Não sei realmente, no momento, se você é mesmo tudo aquilo que me faltava. Mal nunca me faltou, e você me faz mal, mas também faz falta. Eu, definitivamente, não sei. E não quero mais saber. Chega de portas batidas, de falas ignoradas, de preces em vão, de sorrisos ao nada, de esperanças congeladas. Eu ainda pensava, até um segundo atrás, que poderia dar certo, mesmo não sabendo o que seria certo. Mas eu pensava, e era um grande engano. A única prece que me resta: enfim, hoje, vejo-me livre e mais: meus sorrisos agora se concentrarão em estrelas, em olhares e em gestos alheios aos seus. Eu peco, eu aprendo e agora peço: deixe-me ser, enfim, por favor. Não me faça mal.





"... eu posso esperar." (Nando Reis - Hoje mesmo)

9/16/2007

hárderse

- como assim, onde vai?
- pare com isso, eu quero paz.
- não quero outro par, não quero variar.
eu quero ser um e até ser monotonia, se precisar.
eu quero lançar meus desejos mais profundos em você.
permita-me ser, minha beleza.
deixe-me chegar a você, meu toque lhe espera.
ouça-me falar baixo: - eu lhe tenho em mim, parece amor.
eu lhe quero comigo para todo o caminho que houver.
eu lhe quero em mim, eu lhe quero em nós.
sua parte mais bonita de mim.
e agora? há amor.
sem dor, por favor.
muita cor, muito mais.

8/29/2007

Ofício de Identificação.

Ontem, as pessoas não me viam, isso me doeu. Mas as observei mais, intensamente, profundamente. Reparei tanto mais. Elas fogem pelos olhos, evasão. Superficialidade extremista. Todas juntas e tão sós. Identificam-se, mas nunca se conhecem realmente. Tanto o real assusta também. Relações fluidas. Liquidação de emoções líquidas. Permanecem no sistema de toques, olhares perdidos e palavras soltas. De repente, uma tontura. Não sei, talvez enjôo. Estresse fastidioso. Identidade confusa. Falta algo, muito algo. Além de nomes e presenças, nada é visto. Tudo é mostrado de menos. Apareça, por favor! Eu, Maria do Carmo da Silva, portadora do RG 1598654SSP-ES, atesto estar perdida nesse meio caos, que chega a ser inteiro, imenso e faminto.

Anonimamente,
Você e Eu e Todos os que nos Pertencem.

8/16/2007

sinestesias omissas.

há dentes que acham que podem mexer
e mexem, até remexem
há olhos que se acham verdadeiros pensantes
e pensam, mas não vêem.
há narizes que dizem voar
e, além disso concreto, sobrevoam
há ouvidos que preferem omitir a sentir
mas sentem, não há jeito
é que são os hãos em vãos.
- contentem-se.

(16/08/07)

7/26/2007

A VALE É NOSSA!!!


"A campanha A Vale é Nossa, pela nulidade do leilão da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), chega a um momento decisivo. Falta pouco mais de um mês para a primeira semana de setembro (1º a 7, podendo estender até o dia 9), data quando será realizado o Plebiscito Popular que irá debater com a população sobre o destino da segunda maior mineradora do mundo.

Neste momento, contamos com um dado importante. Uma pesquisa, encomendada pelo DEM (antigo PFL) – acreditem – revelou que 50,3% dos brasileiros estão a favor da retomada da Vale pelo governo brasileiro! Apenas 28,2% são contra a medida. E 21,5% disseram não saber responder. Sabemos que, juridicamente, de acordo com a Lei de Ação Popular, esta possibilidade existe, depende de uma atitude do Executivo.

O plebiscito popular sobre a Vale é a pauta unificadora de diferentes forças de esquerda, somadas a indivíduos, organizações e entidades das mais diversas que tem como pauta principal a defesa da soberania do Brasil. É a prioridade dos movimentos sociais no segundo semestre de 2007. Mais de 62 organizações, entidades e sindicatos aderiram à campanha. Agora, todos os estados do país possuem ao menos um comitê estadual, comitês locais, regionais e setoriais."
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(Editorial do Boletim Informativo da Campanha "A Vale é Nossa!")
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Nem preciso falar mais nada, né?!
Quem quiser ler o Boletim por inteiro, me avisa aqui e deixa o e-mail que eu mando.
Galera, é conscientização!!!
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Mais informações: www.avaleenossa.org.br
DVD criado para divulgação:

7/24/2007

um pouco de milton.

"Quem sabe isso quer dizer amor,
estrada de fazer o sonho acontecer"
Milton Nascimento
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ôh, vida, venha cá
eu preciso dessa sombra
do seu cheiro, do seu andar
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eu preciso...
é, isso, só preciso de você
fica, permanece, afixa aqui
um mundo assim,
baita mundo.
mas sem isso tudo aqui,
nada vale não, amor.
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e o amor? pra onde foi?
ele quer ficar, eu sei.
permaneça, amor.
peça, amor, eu faço.
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me basta você, o amor e o mundo
não preciso de muito mais
talvez um violão
mas não é tão mais.
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Obs1: acho que a Nay vai ficar feliz ao ler um poema aqui. rss
Obs2: os pontinhos é pra marcar enter, o blog deu piti. rss