
Depois de tudo isso, aquilo... Aqueles. Continuo aguentando sorrisos, desejos alheios contra o mim, o eu, o meu. Só queria me libertar. Perguntas duras, invejas secas. Dói. Queria não sentir, não mais. Já descubro: sensibilidade pesa, corrói. Queria, enfim, viver como todos. Sim, busco a normalização, quero me anular, pelo menos hoje. Não quero brilhar pelo fracasso. Meu fracasso já me basta, aqui dentro. Eu me sinto encomodar. Logo eu: que antes me sentia despercebida, aquela que não fazia diferença, nem para o alto e nem para o salto, o tal salto para o obscuro, para o detestável. Hoje, sinto-me como o sereno: noturno, frio, úmido. Mas não quero mais me sentir. É duro, não quero. Desperceber, isso que almejo. Esquecer como meta do dia. Eu grito e nem eu me ouço, mas também, se ouvisse, não entenderia o dialeto. Linguagem estranha ao comum. Profunda aos demais. Sinto a sensibilidade mais profunda que já existiu. Não quero mais ficar, nem quero fugir, perder. Bater, vibrar... Será sentir de outra forma? Ontem mesmo me sentia bem, mas essa depressão me engana. E me ofusca. É essa a palavra: que ofusca. É dor e pronto, já desisto.
Relato de uma felicidade improvisada. (20/12/2006)

2 comentários:
uou. sem comentários.
apenas: estás assim, amiga?
se precisares.. posso bem ficar quietinha e apenas te ouvir. posso também ficar em silêncio contigo, ao seu lado.. quietinhas. conte comigo. bjoO! =*
Seus textos têm boca.
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