5/15/2007

interna.


"A minha dor não é a dor dela.
A minha dor é doriana,
e a dor dela é adorela."
(Dj Dolores)
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Engraçado que eu nem ia escrever nada aqui hoje, mas o texto da Nay me intrigou. Com a Confusão do confesso ela me faz confessar o quanto eu já pensei em certo e errado, quanto
já me questionei. Se há o certo (ou a verdade, como ela cita no texto), quem pode ter certeza? Prós e contras existem para ambos os lados, e não é a quantidade destes ou daqueles que fará a afirmação válida. E: "Se não há verdade, isso tudo pode ser mentira...e tudo volta como antes". Por isso que eu gosto da Nay, ela sempre me transcreve; acaba por me deixar sem mais palavras. Um coisa forte tem me incomodado bastante: uma dor estranha, parece culpa. E a culpa que ela também comenta no belíssimo (como se eu estivesse em sua mão, sabe): "Culpa de quem não vê. Culpa minha...eu, tão sem culpa, imagina!". Parece um puxasaquismo constante, não é? E não é. A (in)verdade é que eu estou saturada de tantos conceitos, preceitos... PRÉ-CONCEITOS estranhos e medonhos. Vai me dizer que você não sente o mesmo? Ou nunca sentiu? Se não: agora o está sentindo, não é? Pois: a revolução em mim está aguçada hoje, e não é nada doce. Pouparei esse texto de analogias para exemplificar o que sinto. Seria inútil também, tenho para mim. A minha dor existencial tem se tornado constante, e até mais viva do que eu. Très bizarre. E textos como o da Nay têm aflorado minha "desorganização profunda", como Clarice dizia. E querendo dar um fim a esse semi-texto irritante, começo a ouvir Chico que me diz, agora, que "deixe em paz meu coração, que ele é um pote até aqui de mágoa; e qualquer desatenção, faça não, pode ser a gota d'água". Despeço-me e pesso que me desculpe por o que lhe faço ler agora.
Um poema para acalmar yourself?
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Vivante viveiro vivente
O que seria?
Externa mente ausente
Ouvira?
Enterra a vontade da gente
Soubera?
Crescer seria tédio
Pudera?
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Esse foi o primeiro da aula prós-dutiva de ontem. Aliteração odiosa no primeiro verso, mas resolvi deixá-la. rss
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"Eu vou lhe deixar a medida Bonfim, não me valeu"
(Chico Buarque, Trocando em Miúdos)

2 comentários:

Raphael disse...

é... Profundo...

Unknown disse...

Todas as mentiras agora me são tão fracas...e todas as dores agora me são inúteis. Sei lá, Carol...Acho que você dá uma verdade tão bonita...que ela acaba existindo. Todas as confusões de verdades e mentiras se tornam banais diante de algo ou diante de coisas ou diante de...Você. É luz. Luz profunda que me faz ver alegria(uma espécie de alegria) em mim. Ser alegre é clichê, Carol?

Como eu disse...Você é luz. Eu tinha que repetir isso. Acho que eu também sou clichê, então. Mas um clichê que te aplaude e te admira, sendo você quem quer que seja...